Talvez a maior dificuldade do ser humano seja em lidar com aquilo que não se sabe, ou se sabe menos do que outro.
Nós sentimos angústias frente a alguém que sabe mais do que nós (lembrem-se, somos seres competitivos e incentivados a competir). Nos perguntamos onde erramos e como fazer para acertar.
A nossa “querida e amada” sociedade não lida bem com quem erra. Do riso ao deboche, até a vaia há um longo caminho de subjetivações e cobranças de acertos e perfeições, que nos faz, exageradamente falando ou não, querer cometer suicídios.
É meus caros, “suicídioS” no plural, porque a cada não tentativa (por medo de errar) suicidamos nossos sonhos, desejos, e nos suicidamos pra vida…
Não, não condeno quem sucumbe às pressões, em vários aspectos fazemos isso todos os dias, e não poderia condenar alguém por isso, pois estaria me condenando também. Isso tudo é apenas uma constatação da vida real, dura, fria e intolerante.
O mais hipócrita é que mesmo quem erra e sucumbe a essas pressões, não aceita o erro do outro. Eu erro, eu cobro, você que está lendo, também erra e aponta o erro alheio… de preferência como se sua vida fosse perfeita.
Não sabemos de tudo, nem devemos tentar saber tudo. Nossa sociedade cobra, é difícil não cobrar o outro e se auto-cobrar.
Somos balões cheios e apertados. Até quando conseguiremos viver assim? Estamos eternamente crianças que não lidam bem com frustrações, ou ainda (E MUITO PIOR) adultizamos as crianças e a nós mesmos tão cedo a não errar que estamos assim?
Não sei se somos adultos que não sabem lidar com erro, ou crianças que não podem errar.
Estamos matando a experiência a partir do erro, ou suicidando, como queiram… nós não podemos mais errar e como isso é triste e deprimente e “ansiador” de muitas coisas… iremos para o túmulo podendo dizer “errei mas aprendi”, ou “sou muito foda, não errei, mas não sei bem o que fiz”???
Não, meus textos não são propositivos (exceto os políticos), só reflexivos… não sei como lidar com isso tudo também… é sofrido, é dolorido demais…
Até mais…